Piso enfermagem: hospitais pedem solução para o setor privado de saúde
O impacto da decisão de onerar o setor, sem contrapartida, afetará estados como o Nordeste: 84% desses profissionais de saúde têm remuneração abaixo do piso
O setor de saúde projeta que já em maio hospitais privados comecem a reduzir o quadro de funcionários para absorver os mais de R$ 5 bilhões de impacto com o piso nacional de enfermagem. O presidente da Federação Brasileira de Hospitais, Adelvânio Francisco Morato, afirma que o projeto de lei que prevê os recursos para garantir o piso não contempla os hospitais privados. A estimativa inicial é de demissão de quase 13% do quadro de enfermagem (entre enfermeiros, técnicos e auxiliares), o que significa o desligamento de mais de 160 mil profissionais. O impacto maior, segundo Adelvânio, será no Nordeste, onde 84% dos vínculos têm remuneração abaixo do piso. No Maranhão e Pernambuco, por exemplo, 90% dos profissionais estão nessa situação. O número de desligamentos pode ser ainda maior, pois centenas de pequenos e médios hospitais não terão como absorver o piso e vão fechar as portas:
“Não discutimos o mérito do piso, mas o governo precisa buscar uma solução que assegure a sustentabilidade de todo o setor, não somente dos hospitais públicos e filantrópicos”, ressalta Adelvânio Morato.
Segundo o estudo da FBH, o salário de R$ 4.750 proposto para enfermeiros representa um aumento na média salarial que varia, dependendo do estado, de 40% a 131%, no Nordeste, e de 40% a 126%, no Norte. Em Pernambuco, Acre e Paraíba, por exemplo, o piso vai impor um aumento, respectivamente, de 114%, 126% e 131%.
Texto extraído do site: O Globo
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Data de publicação: 27/04/2023 11h55
Por Ana Cláudia Guimarães