Pollyanna Brêtas
Quem tem plano de saúde pode se preparar: o reajuste de contratos entre planos e hospitais promete ter impacto direto nos aumentos reivindicados pelas operadoras aos mais de 50 milhões de clientes em todo o país. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou, nesta segunda-feira, as normas que vão nortear essa negociação, que até aqui era feita sem a interferência do órgão regulador. Pela nova regra, se não houver acordo em 90 dias de negociação — de janeiro a março —, os serviços hospitalares terão alta calculada pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que foi de 10,33% nos últimos 12 meses. Para se chegar ao percentual, será aplicado, sobre o IPCA, um Fator de Qualidade, segundo critério estabelecido pela ANS.
— As operadoras argumentam que o custo hospital vai impactar no reajuste de planos coletivos e individuais. Há um temor ainda de hospitais menores de serem descredenciados por operadoras — explica Roberto Vellasco, diretor de Convênios da Associação dos Hospitais do Rio.
As entidades ligadas aos planos reagiram à proposta. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa as operadoras, considera que a escolha do IPCA fragiliza o esforço pela desindexação da economia.
— O reajuste médio, segundo informações da ANS, foi de 43% entre 2008 e 2013, índice acima da inflação no mesmo período, que ficou em 32% (IPCA) — disse Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor executivo do Sistema Abramge.
Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) manifestou preocupação e diz que o setor vem sendo afetado pelo crescimento das despesas assistenciais, muito acima das receitas do setor.
Fonte: Jornal Extra