Em resposta ao artigo assinado pelo jornalista Elio Gaspari, publicado na última quarta-feira (1º), nos jornais O Globo e Folha de São Paulo, a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), entidade associativa sem fins lucrativos, que há mais de 50 anos representa o setor hospitalar brasileiro, em nome dos 4.397 hospitais privados associados, vem esclarecer que:
1- Os hospitais privados não podem ser injustamente acusados de serem os responsáveis pela inflação no setor da saúde suplementar. A FBH vem expondo ao longo dos últimos anos, em várias reuniões na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a insensatez desta afirmação;
2- Os números elevados de solicitações para realização de exames e procedimentos complementares, apontados no artigo como responsáveis pelo aumento no custo do atendimento hospitalar, não podem ser atribuídos aos hospitais. É preciso esclarecer que uma coisa é a oferta do serviço, outra é a prescrição. Quem faz a prescrição é o médico, não o hospital;
3- A FBH defende a utilização racional dos procedimentos médico-hospitalares, visando economias que podem ser revertidas ao usuário. Para isso, defende também uma formação mais qualificada ao estudante de medicina, de modo que o mesmo, quando formado, possa atuar com maior autonomia no diagnóstico e tratamento de doenças no contexto hospitalar;
4- A FBH compreende a apreensão social causada sempre que se está em discussão o aumento de preços e impostos na vida do brasileiro, porém, lembra que longe de serem os “vilões” da alta inflacionária dos custos de saúde, os hospitais privados têm passado pelo seu pior cenário no Brasil, nos últimos oito anos. Neste período, 1.797 hospitais privados foram fechados, enquanto que apenas 1.367 foram abertos, uma drástica redução de 430 estabelecimentos. Essa redução também afetou a oferta de leitos, com o fechamento de cerca de 30 mil;
5- A FBH também ressalta que os hospitais privados, mesmo com toda sua importância social, são hoje impactados por uma das maiores cargas tributárias do país. Por isso mesmo, defende políticas que auxiliem no fortalecimento do setor e a aplicação de cargas mais flexíveis que possibilitem o barateamento dos serviços prestados;
Brasília, 1º de agosto de 2018,
Luiz Aramicy Pinto
Presidente da Federação Brasileira de Hospitais