Há quase dez vezes mais pessoas esperando por um órgão no Brasil do que doadores viáveis a cada ano. Mas técnicas modernas prometem suprir a demanda.
Com uma doença cardíaca terminal e inelegível para receber um coração humano como transplante, o americano David Bennett não tinha escolha: ou aceitava um fim mais precoce ou ajudava a medicina a fazer história. Em janeiro deste ano, ele topou participar da revolução. No hospital da Universidade de Maryland, tornou-se a primeira pessoa a receber um coração geneticamente modificado de um porco — e sobreviveu por mais dois meses.
Bennett não foi o único a passar por um xenotransplante, nome do procedimento quando o órgão vem de outra espécie. No fim de 2021, uma paciente com morte cerebral recebeu, em caráter experimental, um rim suíno nos Estados Unidos.
A técnica por trás desses dois marcos é pesquisada há décadas, mas só agora os cientistas acreditam que estamos a ponto de superar as últimas barreiras da rejeição do corpo humano — o maior obstáculo na prática — e tornar os xenotransplantes uma alternativa viável para quem aguarda na fila de espera por um órgão.
“A sobrevida de 61 dias de Bennett já representa um grande sucesso”, afirma o cirurgião Silvano Raia, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP). Ele lembra que o americano só recebeu o coração após três meses dependendo de uma máquina de oxigenação por membrana extracorporal, ou ECMO, período em que os demais órgãos começaram a entrar em falência progressiva.
Leia a notícia completa em: https://saude.abril.com.br/medicina/nova-era-para-os-transplantes/
Fonte: Veja Saúde