22 de fevereiro de 2017• | Flávia Villela – Repórter da Agência Brasil
O governo do estado do Rio incluiu mais nove municípios na área de recomendação temporária para vacinação de febre amarela. Agora são 30 cidades com indicação para imunização total ou parcial dos habitantes. Desde janeiro, 1 milhão de doses foram entregues às prefeituras do estado.
Os municípios de Aperibé, Cambuci, Cardoso Moreira, Itaocara, São José de Ubá, Santa Maria Madalena e São Sebastião do Alto, além de parte da cidade de São Fidélis, foram incluídos na área com orientação para vacinação contra febre amarela. A terceira etapa da estratégia da Secretaria de Estado de Saúde (SES) será detalhada em resolução a ser publicada no Diário Oficial do estado de amanhã (23).
Indicados pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde, com base na avaliação do cenário epidemiológico dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, mais 150 mil doses foram entregues pelo Ministério da Saúde e estão sendo distribuídas, além de mais 150 mil que ainda serão disponibilizadas e entregues às prefeituras para abastecimento de estoques.
A estratégia, adotada de forma preventiva pela secretaria, visa a criar uma faixa de bloqueio nas divisas com esses dois estados, onde há surto do vírus. “É possível que sejam feitos os ajustes, como a inclusão de outros municípios. Estamos atuando em total apoio às prefeituras, orientando diretamente as secretarias [municipais] de Saúde”, disse o secretário de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr.
Todas as recomendações para as campanhas de imunização nas áreas com indicação temporária da vacina foram passadas aos municípios por técnicos da secretaria, em reunião ontem (21).
Em Minas Gerais, a Secretaria de Saúde confirmou 83 mortes por febre amarela. No Espírito Santo, conforme dados divulgados na semana passada pela Secretaria estadual de Saúde, foram confirmadas nove mortes.
O atual surto da doença é o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. Até então, o ano com o quadro mais grave havia sido 2000, quando 40 vítimas da doença morreram.
A febre amarela é causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, a febre amarela é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil não há transmissão da febre amarela em áreas urbanas desde 1942.
A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é oferecido gratuitamente nos postos de saúde. A aplicação ocorre em dose única, que deve ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: Agência Brasil – DF: 23/02/2017